FALÊNCIA EMPRESARIAL: COMO LIDAR E DAR A VOLTA POR CIMA
Este artigo reflete sobre a experiência real de enfrentar a falência empresarial e mostra como é possível transformar esse momento em aprendizado e recomeço. Entre lições de responsabilidade, resiliência e exemplos de grandes empresários que também fracassaram, o texto revela que a derrota não precisa ser definitiva — ela pode ser o impulso para uma nova fase de crescimento.
Felipe Vasconcelos | Gerente de Marketing
9/5/20253 min ler
De acordo com Napoleão Hill, autor do bestseller Pense e Enriqueça:
“Uma das causas de fracasso mais comuns é o hábito de desistir quando se é acometido de derrota temporária. Todos são culpados desse erro, numa ou noutra ocasião.”
A falência é, sem dúvida, uma das experiências mais dolorosas que um empreendedor pode enfrentar. Não se trata apenas de números vermelhos no balanço ou de portas que se fecham. É um golpe direto no ego, nos sonhos e, muitas vezes, até na autoestima.
Falo isso com propriedade. Em 2021, iniciei um negócio no qual investi não apenas dinheiro, mas também tempo, energia e expectativa. Graças a esse empreendimento, tive a oportunidade de atender grandes empresas como WAM do Brasil, Banco Santander e Infantocor. Foi um período de conquistas, aprendizado e reconhecimento.
Entretanto, o que parecia promissor se transformou em um grande desafio. O negócio acabou falindo e, de repente, aquilo que antes me gerava recursos financeiros passou a consumir meus recursos pessoais. Até hoje, ainda arco com dívidas dessa experiência, que chegaram a comprometer o meu próprio patrimônio.
Todavia, apesar de todo esse cenário desfavorável, ergui a cabeça, me tornei obstinado a dar a volta por cima — e estou conseguindo.
No processo de recomeço, aprendi, a duras penas, algumas lições fundamentais sobre a falência:
1. A culpa é sua.
Não tenho dúvidas de que o Brasil está entre os países mais difíceis do mundo para empreender. A carga tributária é escorchante, contratar legalmente é quase inviável devido aos custos, a burocracia emperra o funcionamento das coisas e, para piorar, muitas vezes é complicado encontrar pessoas realmente dispostas a trabalhar. Ainda assim, aprendi a assumir integralmente a responsabilidade pelo que acontece no meu negócio. Por quê? Porque, se o ambiente é hostil, cabe a mim adotar estratégias para reduzir riscos. Quando você encara a situação como sua responsabilidade, percebe em quais pontos falhou ao mitigar esses riscos — e, consequentemente, aprende a fazer diferente.
2. Aprendizado.
A falência não é apenas um fim, mas um professor severo. Ela evidencia que houve erros em alguma etapa, e o papel do empreendedor é identificar esses erros, corrigi-los e tentar novamente, agora com mais preparo e experiência.
3. Existe solução para quase tudo.
Mesmo quando as finanças vão mal, não permita que sua moral também entre em colapso. Dívidas se renegociam, prazos podem ser ajustados e credores, em sua maioria, valorizam a transparência. Explique sua situação, mostre disposição para resolver e seja honesto. Essa postura não elimina as dificuldades, mas preserva sua credibilidade e abre caminhos para a reconstrução.
4. Muitos grandes empresários já falharam.
Fracassar não é exclusividade de pequenos negócios. Grandes nomes também passaram por isso. O próprio Donald Trump — hoje presidente dos Estados Unidos e empresário do setor imobiliário — declarou falência e enfrentou dívidas bilionárias, mas conseguiu se reerguer e reconstruir seu império. O fracasso, portanto, não precisa ser sentença final, mas pode se tornar um ponto de virada.
A falência, portanto, por mais dolorosa que seja, não é o fim da linha. Ela pode — e deve — ser encarada como um ponto de virada. Se existe algo em comum entre todos os que conseguiram se reerguer, é a capacidade de assumir responsabilidades, aprender com os erros e não permitir que as derrotas temporárias se transformem em fracassos definitivos.
Perder dinheiro é duro, mas perder a coragem é fatal. Se você ainda acredita no seu sonho, levante-se, ajuste a rota e siga em frente. Afinal, como dizia Napoleão Hill, o hábito de desistir diante das derrotas é uma das causas mais comuns do fracasso. A diferença entre quem cai e quem vence está na escolha de se levantar — sempre.