TRÁFEGO PAGO: O CACHIMBO DE CRACK DO MARKETING DIGITAL
Uma das principais características de uma pessoa viciada é agir por impulso. Da mesma forma que um dependente químico paga caro por um prazer imediato, muitas agências e empresários têm utilizado o tráfego pago como um verdadeiro "cachimbo de crack": investem altos valores em busca de resultados rápidos, em vez de solucionar, de forma estruturada e definitiva, os problemas de base.
Felipe Vasconcelos | Gerente de Marketing
6/28/20252 min ler
O crack é uma droga extremamente poderosa e perigosa. Apesar de altamente nociva ao organismo humano, pode provocar efeitos inicialmente desejados, como sensação de energia, hiperatividade, bem-estar e aumento do estado de alerta. É o que explica o médico psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, especialista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes (Proad), em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Contudo, segundo o especialista, há também efeitos colaterais severos, como aumento da frequência cardíaca, elevação da pressão arterial, alucinações, episódios de depressão, crises de pânico e paranoia.
Da mesma forma que o crack compromete o organismo humano, o tráfego pago tem se tornado o “vício” de empresários e agências de marketing. Ele gera não apenas efeitos aparentemente positivos — como aumento temporário de leads, crescimento artificial da demanda, sensação ilusória de que o negócio está saudável e, em alguns casos, um pico nas vendas —, mas também consequências indesejadas: aumento das despesas financeiras, estímulo à dependência do impulsionamento, perda da visão crítica e enfraquecimento dos resultados orgânicos (aqueles obtidos sem pagamento).
Cabe destacar que o tráfego pago, por si só, não é o vilão da história. Trata-se de uma ferramenta legítima de marketing, cujo uso, quando bem planejado, pode trazer resultados relevantes. No entanto, o uso inadequado tem transformado essa ferramenta em um verdadeiro "cachimbo de crack" para empresários e agências de marketing. Em vez de investir na estruturação do site da empresa, com foco em resultados orgânicos sustentáveis a médio e longo prazo, muitos optam por atalhos que apenas elevam os custos do marketing sem resolver o problema estrutural. O resultado é um empresário altamente dependente do tráfego pago, assim como um viciado depende da próxima dose.
Para construir um site que gere resultados orgânicos consistentes, é necessário investir não apenas dinheiro, mas também tempo e, sobretudo, conteúdo de qualidade. É esse conteúdo que, ao longo do tempo, atrairá visitas de forma natural e estratégica. Durante esse processo, não há problema algum em utilizar o tráfego pago como apoio — desde que ele seja empregado com consciência, planejamento e objetivos claros.
Por conta do uso desvirtuado da ferramenta, muitas agências têm se transformado em verdadeiros "traficantes digitais", oferecendo o cachimbo ao empresário mediante pagamento, e, assim, colaborando para a destruição da autonomia e da sustentabilidade do negócio — além de prejudicar a reputação do próprio setor.
Quanto ao momento ideal para utilizar o impulsionamento, ele deve ser reservado a situações específicas: períodos de sazonalidade do negócio, fases de transição entre a reformulação do site e a obtenção de resultados orgânicos, ou em cenários de forte concorrência, nos quais a maioria dos players esteja investindo em mídia paga.
O uso indiscriminado da ferramenta tem causado dependência, baixa entrega de resultados reais e, com isso, tornado o trabalho das agências ineficaz e desmoralizado diante do cliente.
Na Vasconcelos Marketing & Comunicação, nosso compromisso é pensar no médio e longo prazo, construindo estratégias que fortaleçam o seu site e suas redes sociais com conteúdo de qualidade, pensado para gerar resultados orgânicos reais.
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