TUDO TEM UM CUSTO. INCLUSIVE O QUE VOCÊ FAZ DE GRAÇA

Muitos profissionais oferecem serviços sem cobrar, acreditando que isso vai atrair mais clientes. Mas a realidade é que o que não tem preço, também não tem valor. Neste artigo, você vai entender como a “gratuidade” pode minar sua autoridade, afetar sua rentabilidade e sabotar o seu posicionamento no mercado.

Felipe Vasconcelos | Gerente de Marketing

7/10/20252 min ler

person in yellow hard hat and brown jacket
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“Uma das grandes verdades sobre o comportamento humano é que as pessoas tendem a não valorizar aquilo que recebem de graça.”

A frase é de Napoleon Hill, autor do clássico Pense e Enriqueça. E embora tenha sido escrita décadas atrás, continua extremamente atual — seja no mercado, nos serviços ou até mesmo nas relações interpessoais. Quando algo não tem preço, muitas vezes também não tem peso.

Esse princípio se confirma diariamente, tanto na vida profissional quanto pessoal. E no mundo dos negócios, ele se torna ainda mais evidente.

Muitos profissionais liberais e empresas vivem à base de promoções, cortesias ou — pior — realizando trabalhos gratuitos esperando retorno que nunca vem. Um exemplo clássico está no setor de manutenção técnica: muitos profissionais visitam o cliente para realizar uma avaliação e elaborar orçamento, mas não cobram sequer o deslocamento.

E aqui entra outra citação crucial do mesmo autor:

“Não existe nada que não custe alguma coisa.”

Ou seja, todo esforço gera um custo — seja financeiro, logístico ou emocional. Prestar serviços sem cobrar, oferecer deslocamentos gratuitos, investir tempo e recursos em ações sem retorno... tudo isso impacta diretamente na lucratividade, mesmo que o profissional nem perceba.

Claro, oferecer uma cortesia ou um mimo ao cliente que já contratou o serviço é diferente. Por exemplo: uma loja de baterias automotivas que oferece instalação gratuita na própria loja está agregando valor à venda principal. Isso é uma estratégia.

Mas se o empresário começa além de oferecer instalação no local, a entrega, com deslocamento, mão de obra e tempo envolvidos — sem cobrar nada por isso — a conta não fecha. No mínimo, está corroendo sua margem de lucro. E o pior: muitos desses clientes nem finalizam a compra ou devolve o produto.

Valor não está apenas no produto ou serviço, mas na forma como você se posiciona. E cobrar, na medida certa, é um ato de posicionamento.

No fim das contas, o problema não está em oferecer valor — está em não saber como comunicá-lo e precificá-lo. Quando você entrega seu trabalho gratuitamente ou por um valor simbólico, transmite ao mercado a mensagem de que ele tem pouco ou nenhum valor. E, como bem disse Napoleon Hill, aquilo que é dado de graça, quase sempre é tratado com descaso.

Empresários e profissionais precisam abandonar a ilusão de que cortesias constantes geram reconhecimento automático. O que gera respeito é clareza, estratégia e posicionamento.

Valorize seu tempo. Valorize seu serviço. Ensine seu cliente a fazer o mesmo.

Porque, no fim, o barato demais não atrai — ele afasta. E o que é gratuito demais perde o prestígio antes mesmo de ser consumido.